O ensino médio está acabando. E agora? É hora de escolher a faculdade. A escolha do curso assusta os adolescentes e provoca ansiedade na fase pré-vestibular. Porém, muitos estudantes desejam passar no vestibular para sair debaixo das asas dos pais e viver a tão sonhada liberdade longe de casa.
O coordenador do Anglo Morumbi, Julio Caballa, explica que são vários os motivos que fazem o adolescente querer sair de casa e o principal deles é quase sempre a rigidez dos pais no controle de horários, roupas e até mesmo sobre as amizades do filho. “Tem adolescente que não se sente parte da casa, então quer sair para ter liberdade e fazer o que quiser, experimentando o mundo longe dos pais”. O coordenador afirma que no último ano do ensino médio os alunos enfrentam o questionamento: E agora, o que eu faço da vida? Como a escolha do curso é a principal decisão a ser tomada no momento do vestibular, alguns acreditam que a mudança de cidade é a única maneira viável de ingressar no Ensino Superior.
Por isso, o coordenador aconselha os estudantes a buscarem autoconhecimento com auxílio de um profissional habilitado, que possa aplicar testes e usar ferramentas que os auxiliem a se conhecer melhor e com isso identificar a área que se enquadra no seu perfil. “O estudante não deve optar por uma profissão baseada apenas em sucesso financeiro, facilidades ou porque sua família já atua na área”, afirma Caballa.
A regra básica é que o adolescente pesquise muito sobre o mercado de trabalho e as possibilidades relacionadas à profissão que lhe pareçam mais adequadas aos seus objetivos, carreira e desenvolvimento nos anos seguintes à formação, obtendo informações com profissionais da área para se orientar e entender quais são as perspectivas para o futuro. O mercado oferece um universo de opções e, para quem está começando, as escolhas não precisam ser tão definitivas. “Vivemos um período em que a evolução da tecnologia e da informação cria novas profissões todos os dias, extinguindo outras tantas, inclusive algumas muito tradicionais. Possivelmente, profissões importantes hoje podem desaparecer em poucos anos. Neste contexto, o importante é manter-se atento às transformações e estar sempre pronto para aprender”, explica Caballa.
Além de opiniões e obstáculos, os estudantes, no período pré-vestibular, ainda têm que conviver com a idade de servir ao exército (meninos) e, às vezes, a influência dos pais sobre suas possíveis escolhas. Para lidar com tanta pressão, Caballa aconselha que o adolescente escute os pais, levando em consideração a opinião deles e conversando sobre o curso e a mudança de cidade.
Para Julio Caballa, mudar-se para outra cidade e começar uma faculdade implica em alterar a rotina de anos. O estudante passará a ter independência nas decisões, terá que administrar os próprios horários, assumir responsabilidades como pagar o aluguel e dividir as despesas da casa. É muita mudança ao mesmo tempo e o agora universitário deverá aprender a conviver com os colegas (o que não é fácil), lidar com o barulho do outro ou com o silêncio da república quando os colegas forem para suas respectivas cidades e ele tiver que ficar para estudar para a prova de segunda-feira.
Morar com uma ou mais pessoas, além de exigir responsabilidade, desenvolve a cumplicidade de cada um e como em qualquer relacionamento, o melhor é buscar o diálogo, sem estresse, ciente de que essa nova fase, como tudo na vida, tem o lado bom e o ruim e com certeza vai deixar saudades. A época de faculdade é inesquecível e é preciso ter consciência de que não existe evolução sem obstáculos.